18.8.05

Romanização da Península Ibérica

  Os Romanos começaram a conquista da Península Ibérica pelo ano 218 a.C., durante a Segunda Guerra Púnica, entre Roma e Cartago, em que as tropas comandadas por Cneu Cipião desembarcaram em Ampúrias. Durante vários anos lutaram contra o domínio dos Cartagineses, acabando por expulsá-los da Península em 206 a. C., com a conquista de Cádis, passando a dominar o litoral mediterrânico. Seguiram-se as lutas contra os povos peninsulares. Por 194 a. C. deu-se o primeiro confronto com os Lusitanos. Entre os chefes destes sobressaíam Viriato e Sertório. A conquista da Península iria demorar até 19 a. C., no tempo de Augusto, dada a enorme resistência dos povos peninsulares ao assédio romano. A conquista foi-se estendendo do sul para o norte, mais montanhoso, onde era mais fácil resistir.

  A sua influência fez-se sentir em todos os sectores. De uma economia rudimentar passou-se a uma economia agrícola com bom aproveitamento dos solos e das várias culturas, como o trigo, oliveira, fruta e vinha. A língua latina acabou por se impor como língua oficial, funcionando como factor de ligação e de comunicação entre os vários povos. As povoações, até aí predominantemente nas montanhas, passaram a surgir nos vales ou planícies, habitando casas de tijolo cobertas com telha. Como exemplo de cidades que surgiram com os Romanos, temos Braga (Bracara Augusta) , Beja (Pax Iulia) , Conímbriga e Chaves (Aquae Flaviae) . A divisão administrativa e judicial foi feita à moda de Roma, com a divisão da Península em três províncias (Tarraconense, Lusitânia, Bética) e com a criação dos conventos jurídicos.

  A indústria desenvolveu-se, sobretudo a olaria, as minas, a tecelagem, as pedreiras, o que ajudou a desenvolver também o comércio, surgindo feiras e mercados, com a circulação da moeda e apoiado numa extensa rede viária (as famosas "calçadas romanas", de que ainda há muitos vestígios no presente) que ligava os principais centros de todo o Império.

  A influência romana fez-se sentir também na religião e nas manifestações artísticas.

  Tratou-se, pois, de uma influência profunda, sobretudo a sul, zona primeiramente conquistada. Os principais agentes foram os mercenários que vieram para a Península, os grandes contingentes militares romanos aqui acampados, a acção de alguns chefes militares, a imigração de romanos para a Península, a concessão da cidadania romana.

  Cidades do tempo dos Romanos:

Aeminium – Coimbra
Aquae Flaviae – Chaves
Bracara Augusta – Braga
Conímbriga
Ebora Liberalitas Julia – Évora
Egitânia – Idanha-a-velha
Interamniense-Viseo – Viseu
Miróbriga – Santiago do Cacém
Myrtilis – Mértola
Olisipo Felicitas Julia – Lisboa
Ossonoba – Faro
Pax Julia – Beja
Portucale-Castrum Novum – Porto
Salatia – Alcácer do Sal
Scallabis – Santarém
Sellium – Tomar
Tróia



Vestígios da civilização Romana em Portugal

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