29.8.06

Titus

Titus
(Titvs Flavivs Vespasianvs)
Imperador - 79 a 81 d.C.

Tito


 Tribuno militar (39/12/30-81/11/13), filho primogénito de Vespasianus. Foi educado na corte de Nero com Britannicus (talvez porque Claudius I aprovasse as proezas militares de seu pai na Bretanha), e tornou-se grande amigo do rapaz. Começou a sua carreira como tribuno militar na Germânia e a seguir na Bretanha. Mais tarde, depois de ter sido questor, é nomeado lugar-tenente do pai na Judeia, em 66.

 Em 69, o pai faz-se proclamar imperador pelos soldados. Titus termina a guerra da Judeia, conquistando Jerusalém de assalto, em 70. Trouxe o candelabro dos sete braços para Roma onde o esperava magnífico triunfo.

 Durante o reinado de Vespasianus, Titus participou do poder imperial, apesar das insinuações de que fora considerado sucessor de Vitelius em 69. Ocupou sete consulados e comandou a guarda pretoriana. Na tarefa de manter a segurança (pois o reinado de Vespasianus, apesar de consciencioso e eficiente, não esteve livre de distúrbios), Titus mostrou tanta arrogância que poderia ser descrito como cruel.

 A 24 de Julho de 79, Vespasianus, seu pai, morre. Sucede-lhe Titus, como imperador, mas o seu império foi efémero, pois morre a 13 de Novembro de 81. Foi cognominado «As delícias do género humano». Pensou casar-se com a rainha Berenice, mas é obrigado a renunciar a essa ideia para não enfrentar a opinião pública desfavorável; possuía também um extraordinário – quase sinistro – talento para imitar a letra de outras pessoas.

 Durante o seu reinado três calamidades ocorreram: um incêndio em Roma, uma terrível peste e a famosa erupção do Vesúvio que engoliu Pompeia, Herculano e Stabia, mas nem esses fatos diminuíram a reputação favorável que gozou durante e depois de seu reinado, e que poderia ter sido diferente se ele tivesse governado mais tempo. Entretanto, várias das histórias relatadas sobre ele revelam alguma preocupação com a moralidade; a mais enigmática é a observação, feita em seu leito de morte, de que se arrependia de apenas uma coisa que fizera em sua vida. O que quer que fosse, sua generosidade e bom senso em face das irritações e das intrigas, principalmente de seu irmão Domitianus, e as medidas úteis que tomou quando no poder (em especial contra os informantes) têm mais peso.

 Titus deu o seu nome a terras e ao arco que celebra o seu triunfo. A sua morte foi chorada por todos.

Sucedeu-lhe seu irmão Domitianus.


Detalhe do Arco de Tito, erigido em 71 d.C., que se encontra na Via-Sacra de Roma. Representa soldados romanos levando o sagrado candelabro do Templo de Jerusalém.

10.8.06

Vespasianus

DINASTIA DOS FLAVIUS
(69 a 96 d.C.)


VESPASIANUS
(Titvs Flavivs Vespasianvs)
Imperador - 69 a 79 d.C.

Vespasiano


 Imperador romano de seu nome completo Tito Flávio Sabino Vespasiano, nasceu perto de Rieti, na comarca dos Sabinos, no ano 9, falecendo em 79. Foi proclamado imperador pelos seus próprios soldados em Alexandria.

 Vespasiano foi o primeiro burguês que subiu a tão grande dignidade. Simples e laborioso, impôs a ordem em todo o exército. Promoveu a pacificação e o aumento do poder romano nas províncias, prosseguindo a conquista da Bretanha e combatendo a revolta judaica iniciada em 66, esmagada violentamente em 70, culminando com a destruição de Jerusalém por Tito, seu filho, a quem entregou o cargo de prefeito da Guarda Pretoriana e nomeou seu sucessor (78-81) conjuntamente com o irmão mais novo Domiciano (81-96).

 O período da sua governação ficou marcado por uma eficaz administração económica quer na capital do império quer nas províncias, com um aumento significativo do tributo anual e a implementação de medidas económicas muito mais severas, o que permitiu atingir níveis de progresso assinaláveis nas finanças do Estado, tendo inclusive angariado fundos para a construção do Templo da Paz dedicado a Júpiter Capitolino e para o Coliseu de Roma.

 Vespasiano reinou vinte anos. Quando se sentiu morrer, disse as seguintes palavras:
«Sinto tornar-me um deus».

 Sucedeu-lhe o filho Tito.

1.8.06

Vitellius

VITELLIUS
(Avlvs Vitellivs)
Imperador - 69 d.C.

Vitélio


 Aulus Vitellius Germanicus, reinou apenas oito meses, durante o ano dos quatro imperadores, mas ficou famoso pelo seu apetite e crueldade.

 Embora de importância recente, os Vitellius obtiveram enorme influência no tempo de Caligula e de Claudius I, graças à popularidade que Lucius Vitellius (pai de Vitélio) gozava junto a esses imperadores.

 Aulus Vitellius ocupou uma série de postos, em que revelou sua tendência para o vício e a desonestidade. Titus Vinius e Aulus Caecina Alienus (generais Romanos), persuadiram-no a expulsar Galba com o auxílio dos exércitos do Reno, que ele comandava em 69, mas, quando Vitellius chegou à Itália, Otho era seu oponente. A vitória foi obtida facilmente na batalha de Betríaco.

 Depois do suicídio de Otão, Vitélio, nascido no ano 15, foi aclamado imperador romano entre Abril e Dezembro de 69 em Colónia. Apesar da sua eleição ter sido aceite pelo Senado, as legiões sediadas nas províncias do Oriente Médio, Síria e Judéia tinham aclamado Vespasiano como seu imperador.

Com o reconhecimento garantido, Vitélio foi para Roma. O início de seu império não foi um bom presságio. A cidade ficou muito céptica quando Vitélio escolheu o aniversário da Batalha de Allia (um dia de má sorte para a mente supersticiosa romana) para tomar posse do cargo de Pontifex Maximus. Como imperador, Vitellius entregou-se à glutonaria, começou uma série de banquetes (Suetónio refere-se a três por dia: manhã, tarde e noite) e paradas triunfais que levaram o tesouro imperial à falência.

 Os credores começaram a exigir o pagamento e Vitélio mostrou a sua natureza violenta ao mandar torturar e executar aqueles que ousassem fazer tais exigências. Não conseguiu lidar adequadamente com o exército que o levara ao trono e tomou a iniciativa de matar os cidadãos que o nomeavam herdeiro, e os possíveis co-herdeiros. Para completar, perseguiu cada rival possível, convidando-os para o palácio com promessas de poder apenas para matá-los.

Os progressos espectaculares dos Flavius fizeram com que ele pensasse num acordo, mas a lealdade do populacho romano fê-lo mudar de ideia, e ele condenou Roma aos horrores de uma luta durante a qual o Capitólio, incluindo o próprio templo do deus Júpiter, foram incendiados.

 Em Outubro, na segunda batalha de Betríaco, os partidários de Vitélio são vencidos pelas tropas dos Flavius, comandadas por Antonius Primus, embora pagassem um alto preço, inclusive com a morte de Sabinus, irmão de Vespasianus. Vitellius é deposto, torturado e morto pelas tropas dos Flavius, sendo o seu corpo atirado ao rio Tibre.

 Sucedeu-lhe Vespasianus