7.12.07

Lucius Verus

LUCIUS VERUS
(Lvcivs Ceionivs Commodvs)
co-Imperador c/ Marcus Aurelius– 161 a 169 d.C.

Lúcio Vero



  Filho de Lucius Aelius Caesar, Lucius Ceionius Commodus nasceu em Roma no ano 130 d.C. Quando Hadrianus adoptou Antoninus Pius como seu sucessor, este, por sua vez, adoptou Lucius como um dos seus sucessores em virtude do compromisso assumido com o seu antecessor: o imperador Hadrianus anunciou em 136 como sucessor Lucius Commudus, porém com a morte deste, Hadrianus escolheu Antoninus para lhe suceder com o compromisso de adoptar como filhos dois jovens: Lucius Verus, filho de Commudus, e Marcus Annius Verus que o imperador chamava de Veríssimo. Lucius, que passou a chamar-se Lucius Aurelius Verus, ficou noivo de Faustina II, filha de Antoninus Pius, mas o noivado foi desfeito logo após a morte de Hadrianus. Durante o reinado de Antoninus Pius, Lucius partilhou a educação dada a Marcus Aurelius (aparece também como escritor e destinatário nas cartas de Frontão), embora aparentemente ocupasse um lugar secundário. Tomou parte, com Marcus Aurelius, nos conselhos do imperador.

  Diz-se que gozava os prazeres da vida e gostava muito de desportos, principalmente dos espectáculos de gladiadores. Tornou-se cônsul pela primeira vez em 154, e pela segunda (com Marcus Aurelius) em 161. Quando Antoninus Pius morreu (7 de Março de 161), Lucius tornou-se co-imperador junto com Marcus Aurelius, por insistência deste, embora fosse dez anos mais moço, tendo o Senado concedido a Lucius Verus o poder tribunício, o imperium proconsular e o título de augustus, elevando-o ao mesmo nível do irmão. Ficou noivo da segunda filha de Marcus Aurelius, Lucilla, com quem se casou por volta de 164.

  Na primavera de 162, Lucius foi para o Oriente para enfrentar a ameaça dos partos, e lá ficou até eliminá-la, com as vitórias de 165-166. Voltou para Roma em 166 e partiu para o norte, com Marcus Aurelius, em 168, passando o Inverno em Aquiléia. No início de 169, quando se dirigia para a fronteira do norte, morreu de ataque cardíaco perto de Altino.



Denário com o busto de Lucille

27.10.07

Antonino Pio

ANTONINUS PIUS
(Titvs Avrelivs Fulvius Boionivs Antoninvs)
Imperador - 138 a 161 d.C.

Antonino Pio



  Imperador romano de 138 a 161, de nome completo Titus Aurelius Fulvus Boionius Antoninus, nascido em Lanúvio em 86 e falecido em 161, provinha do seio da burguesia tradicional do Lácio.

  Pio mereceu este título pelo seu respeito para com todos, homens e deuses. Foi também chamado de «Imperador perfeito» pela sua doçura, serenidade e no desprezo pela vã glória. Amigo do seu amigo, aceitava de bom grado um bom conselho.

  Após a sua nomeação como cônsul, é enviado pelo imperador Adriano para a zona asiática com a sua autoridade reforçada com o título de procônsul. Aqui granjeou o respeito e a estima de muitos dos seus compatriotas. Das obras que empreendeu durante a sua vigência, destaca-se a muralha defensiva que edificou na Escócia em 143, entre o firth de Forth e o de Clyde e que permitiu a defesa do território aquando dos avanços das tribos nórdicas.

Adriano adopta-o como seu protegido em 138, subindo ao trono imperial no mesmo ano. Marca, conjuntamente com os seus antecessores Trajano e Adriano e com o seu sucessor Marco Aurélio, a chamada Idade de Ouro do Império Romano, dando inclusive o seu nome como qualificativo dinástico ao grupo de sete imperadores romanos que governam entre 96 e 192.


Retrato de Faustina, a Jovem, filha de Antonino Pio e esposa de Marco Aurélio


Muralha de Antonino



  Com o intuito de proteger a Bretanha romanizada das tribos bárbaras da Escócia, Antonino ordena a construção de uma muralha cerca de 50 km a norte da de Adriano. Com 59 km de extensão e feita entre Bo'ness (a Leste) e Old Kilpatrick (a Oeste) a Muralha de Antonino assinala o momento em que os Romanos ocuparam a máxima extensão da Bretanha.

  Demorou 2 anos a ser construída (140d.C.-142d.C.) e conseguiu reter os povos bárbaros durante 39 anos. Em 181 os povos do Norte empurraram novamente os Romanos para a Muralha de Adriano. No final do século II, a ideia de reconquistar o território entre as 2 muralhas já havia sido abandonado.

27.9.07

Miróbriga

  Marius70 olha extasiado a ruínas romanas que se estendem sobre o seu olhar. Está em Miróbriga.

  Muito próxima da vila de Santiago do Cacém, Miróbriga (topónimo de origem celta), foi inicialmente, na zona do Castelo Velho, povoada por uma população de origem céltica por volta do século IV a. C.. Fabricava louça modelada à mão e decorada por cordões.

  Miróbriga foi fortificado e urbanizado, acentuando o seu desenvolvimento nos séculos II e I a.C..

  A Romanização veio alargar o povoado indo da zona escavada até à Aldeia do Chãos. Foi elevada à categoria de civitas (cidade), teria possuído magistri e município a partir do século I d.C. conforme análises das inscrições encontradas.

  De Miróbriga como topónimo foi encontrada esta inscrição numa lápide descoberta perto das ruínas (Santa Cruz):

  «Consagrado aos deuses Manes, Gaio Pórcio Severo, mirobrigense céltico, faleceu aos sessenta anos de idade. Aqui jaz e que a terra lhe seja leve».

  Três inscrições, duas dedicadas a Vénus e uma a Esculápio, foi considerado a interpretar como templos duas construções situadas no Castelo Velho.

  Para servir a população local ou os peregrinos que afluíam ao santuário, Miróbriga dispunha de termas, compostas por dois edifícios construídos em períodos diferentes com utilização de mármores e decoração de frescos, possivelmente destinados ao uso feminino e masculino.

  Entre os séculos I e II d. C., surgem os compartimentos habituais neste tipo de edificação, ou seja, uma zona de entrada, com salas de vestiário e jogos, e uma zona de banhos frios - frigidarium, de banhos aquecidos - caldarium e tepidarium e o laconium (sala destinada a provocar a transpiração). Duas latrinas sobre a corrente de água que se iria juntarem à do esgoto das termas demonstra bem a qualidade de vida que o Império Romano trazia aos povos e países conquistados.

  As termas situam-se junto a uma ribeira, no sopé da colina do santuário.



  Marius percorreu todo aquele percurso por uma estupenda calçada romana. Viu aquelas termas e imaginou o tempo em que homens mulheres e crianças ali se banhavam, riam, jogavam e desfrutavam de mente sã em corpo são que o obscurantismo da Idade Média tudo fez para apagar.

  Na zona mais elevada de Miróbriga, foi erigido o forum, no centro do qual é visível um templo eventualmente dedicado ao culto imperial, assim como um outro consagrado a Vénus.



  Circundando o forum desenvolve-se toda uma zona constituída por diversas construções de funcionalidade ainda mal conhecida, assemelhando-se, todavia, a duas das edificações mais comuns nos fora provinciais, ou seja, à cúria e à basílica.

  A Sul, por sua vez, desenvolvia-se a área comercial, por excelência, caracterizada pela presença de diversas lojas, as tabernae.

  Miróbriga contava com um circo que comportaria cerca de 25 000 espectadores. Este circo é o único conhecido em Portugal.

  No Museu da Estação Arqueológica de Miróbriga podemos ver um espólio que nos fará pensar que afinal tudo aquilo que hoje utilizamos na vida doméstica diária, desde os botões, às agulhas, às cânforas etc., já os romanos se serviam disso. Como me disse o empregado do IPPAR, os romanos só não tinham era computadores.

Fontes consultadas: «Uma importante estação arqueológica-Miróbriga» À Descoberta de Portugal das Selecções do Reader’s Digest e «Estação Arqueológica de Miróbriga do IPPAR».



31.7.07

Lucius Aelius

LUCIUS AELIUS
(Lvcivs Cionivs Commodvs Aelivs Caesar)
Caesar – 136 a 137 d.C..



  Descendente de ilustre família senatorial que começou a atingir preponderância no reinado de Vespasianus, Lucius Cionius Commodus era filho de cônsul. No ano de seu próprio consulado, foi adoptado por Hadrianus como seu filho e sucessor (ao mesmo tempo, sua filha Fabia ficou noiva do jovem Marcus Aurelius). Adoptou o nome de Lucius Aelius Caesar, foi designado cônsul para o ano 137d.C. e recebeu o privilégio do poder tribunício. Foi então enviado ao Danúbio com responsabilidade militares, de forma a prepará-lo para o poder imperial que deveria assumir. Voltou a Roma no Inverno de 137, ficou doente na véspera do ano novo e morreu em Janeiro de 138, talvez de tuberculose.

  Devido à morte de Lucius, Hadrianus adopta como seu protegido Titus Aurelius Hadrianus Antoninus (Pius) em 138, subindo este ao trono imperial no mesmo ano.

  O filho de Lucius Aelius, Lucius Verus, foi adoptado por Antoninus devido a compromisso assumido por este ao imperador Hadrianus.



6.7.07

Panteão, Roma

  Tal como o nome o sugere, o Panteão de Roma foi dedicado a todos os deuses, ou, mais especificamente, às divindades planetárias que, em número de sete, justificam os nichos com altares existentes no interior da cella.

  O edifício que actualmente se observa no Campo de Marte foi mandado erguer entre 118 e 128 pelo imperador Adriano que, segundo alguns autores, terá participado activamente na sua concepção. Substitui uma construção mais pequena, consagrada a Júpiter, construída por Marcus Agrippa em 27 a. C. que sofrera um devastador incêndio.

  Exteriormente, este edifício é formado por um tambor cilíndrico liso de quarenta e quatro metros de diâmetro, sem decoração, que contém a cella do templo, coroada por uma cúpula de curvatura suave, rematada interiormente por uma série de degraus concêntricos. A entrada no templo é marcada por um profundo pórtico, solução tradicional para os templos romanos de planta rectangular. Originalmente este pronaus apresentava um envasamento alto ao qual se subia por largos degraus, no entanto, a subida do nível da praça soterrou este elemento arquitectónico. Para além de constituir um átrio que resolve a transição entre exterior e interior, este pórtico de três naves e oito colunas responde a uma vontade genuinamente romana de criação de uma fachada monumental.

  No entablamento desta fachada, coroada por um amplo frontão, Adriano mandou colocar uma inscrição de Agripa, aproveitada dos restos do edifício anterior.

  A parede do templo é articulada por oito nichos profundos, alternando a forma rectangular com a semicircular, cada um deles fechado por três colunas. Sobre este nível e separado por uma cornija ergue-se o tambor de suporte da cúpula, ritmado por aberturas rectangulares.

  A cúpula tinha um sentido eminentemente simbólico, representando a abóbada celeste. Na sua feitura foi utilizado o cimento romano (cuja receita exacta se perdeu até aos nossos dias).

  O revestimento das paredes e do pavimento em mármore colorido conservam-se tal como foram definidos pelos romanos. Também originais são os caixotões da cúpula, embora tenha desaparecido a camada dourada que a recobria.

  Nos inícios do século VII (em 609), o edifício foi consagrado como igreja, nesta altura os grandes nichos laterais foram redecorados, recebendo imagens cristãs.

10.6.07

O Tabuleiro

  Este tabuleiro foi descoberto nas escavações em Corbridge, Northumberland.

 


  Dados: os Romanos conheciam duas variedades. os autênticos dados, "tesserae" e os astrálagos (tali), feitos com os ossos do calcanhar de ovelhas, vitelos ou outros animais, ou com a sua reprodução em metal.

 A lei romana só permitia a prática de jogos de azar durante as Saturnais, mas apesar disso, foram muitos os que se arruinaram por causa destes dados...




  Na imagem os autênticos dados, "tesserae" e os astrálagos (tali).



... E pensar que Ontem assim como Hoje, os soldados jogavam aos dados nos intervalos das batalhas. Fiz isso muitas vezes em Cabinda em tempos de guerra.

12.5.07

Adriano

HADRIANUS
(Pvblivs Aelivs Hadrianvs)
Imperador - 117 a 138 d.C.

Adriano



  Imperador romano (76-138) de 117 a 138 nascido em Itálica (actual Espanha). Era sobrinho do imperador Trajano, seu tutor, a quem sucedeu. Hábil administrador, durante o seu reinado, foi um viajante incansável. Percorreu todo o império para examinar de perto as províncias e as reformas que necessitavam. Amante das letras e das artes, implementou uma profunda reforma na administração e em 131 editou um código de leis para ser aplicado em todo o império o Edito Perpétuo compilação judicial que rege o império até ao tempo de Justiniano. Abandonou as campanhas de Trajano na Mesopotâmia e adoptou uma política defensiva, fortificando as fronteiras do Império Romano. Na Inglaterra mandou construir em 112 o Muro de Adriano, que marcou durante séculos a fronteira entre a Inglaterra e a Escócia para a defender dos povos do norte.

  Inspirado na cultura grega, embelezou Roma e o império com monumentos, manda construir a Vila de Adriano, a ponte de Sant’Ângelo, o castelo do mesmo nome (que é o seu mausoléu).

  Construiu sobre as ruínas de Jerusalém a Elia Capitolina provocando a revolta judaica, sufocada em sangue.

  Adriano também era poeta e dele fica este poema:

Animula vagula, blandula

Animula vagula, blandula,
Hospes comesque corporis,
Quae nunc abibis in loca
Pallidula, rigida, nudula,
Nec, ut soles, dabis iocos?


P. Aelius Adrianus, Imp.

Ó alminha vagabunda e folgazã,
hóspede e companheira do corpo,
onde irás agora,
pálida, fria, nua,
privada dos costumados passatempos?


Muralha de Adriano

  Ocupada a Bretanha (no século I d.C.), logo sentiram os Romanos o carácter aguerrido e belicoso dos Pictos e Escotos do Norte da ilha. Na sua política de consolidação e defesa das fronteiras, o Imperador Adriano visitou a ilha em 122 e mandou construir um muro fortificado desde Solway Firth até ao estuário do rio Tyne, para defender a Bretanha Romanizada.

  Com 120 km de comprimento, esta enorme obra foi concluída em 126 pelos próprios soldados, que construíam e combatiam simultaneamente. Originalmente era de madeira e terra, só se tornando de pedra mais tarde. Cada "centúria" era obrigada a construir a sua parte do muro. Este tem uma fundação de terra ladeada por um vallum (fosso) de 4 m de profundidade. Sobre a terra, levantaram, assim, um muro em pedra, maciço, com cerca de 5 m de altura e 2,5 m de largura. Sobre ele seguia uma estrada militar, no sentido de facilitar as comunicações e os transportes, e 80 castelos com pequenas torres e fortins, onde se encontravam sentinelas. Ao longo do muro erguiam-se 17 fortalezas (o forte de Chesters, Northumberland, hoje em ruínas, era uma delas), o que completava o sistema de fortificação fronteiriça do Norte da Britannia.

  A distância entre as rodas deixados pelos sulcos dos carros romanos na entrada do forte em Housesteads no muro de Adriano, serviram dois mil anos depois, de bitola-padrão, para os caminhos-de-ferro britânicos Ver Aqui.

  Com o Imperador Antonino foi construído uma outra muralha 50 km a norte da 1ª - a Muralha de Adriano.

Em baixo, foto das ruínas do Muralha de Adriano e da placa alusiva, em Vindolande.
 




12.4.07

Ponte de Trajano

 Erguida em sólido e duro granito transmontano, a antiga Ponte de Trajano, sobre o leito do Rio Tâmega, ligava ambas as margens da importante civitas romana de Aquae Flaviae, correspondente à moderna cidade de Chaves. Esta ponte romana foi uma importante obra de engenharia do eixo viário que estabelecia a ligação entre Bracara Augusta (Braga) e a cidade espanhola de Astorga.

 Com um comprimento total do tabuleiro alcançando os 140 metros, os parapeitos em pedra que o resguardavam foram desmantelados e substituídos por grades de ferro no ano de 1880. A ponte flaviense de Trajano é formada por 16 arcos concêntricos, dos quais quatro se encontram soterrados por construções e sucessivas camadas de aluvião. Estruturalmente, os arcos de volta inteira que enformam a ponte são compostos por robustas aduelas alongadas, magnificamente talhadas e aparelhadas. Os arcos alternam com olhais, sendo os pilares da arcaria amparados por pontiagudos e fortes talha-mares. A jusante, estes pilares não são reforçados pelos usuais contrafortes.

 No centro da ponte, em ambos os lados, erguem-se os sólidos marcos-colunas, contendo importantes inscrições epigráficas comemorativas. Este par de marcos-colunas foi deslocado do seu lugar original, devido à construção de casas sobre a margem direita da ponte.

  A inscrição que se situa a montante informa que a ponte foi concebida na época do imperador Trajano (finais do século I, inícios do século II d.C.) com o esforço económico dos habitantes de Chaves.

 A jusante do resguardo da ponte destaca-se o outro marco-coluna, podendo-se ler neste uma extensa inscrição epigráfica latina, que invoca uma avultada obra pública (não identificada com segurança) realizada em cooperação entre os soldados romanos da 7.a Legião, os habitantes flavienses e mais nove povos circunvizinhos.


1.3.07

Trajano

DINASTIA DOS ANTONINUS
(98 a 192 d.C.)



TRAJANUS
(Marcvs Vlpivs Traianvs)
Imperador - 98 a 117 d.C.

Trajano



  Foi o primeiro imperador romano que não nasceu em Itália. Trajano nasceu no ano 53, na Itálica (actual Espanha), e morreu em 117, em Selinunte, na actual Turquia. Descendente de uma família espanhola, foi excelente general e meticuloso administrador. Duma disciplina rígida, afirmava que todos os imperadores deviam ser como ele: «simples cidadãos».

Foi o único conquistador da sua dinastia. Na sua época as fronteiras atingiram o máximo. O seu reinado (98-117) foi marcado pelo alargamento das fronteiras do império a Este, com a conquista da Dácia (o nome de România e a sua língua afirmam, ainda hoje, a sua colonização na Dácia), da Arábia, da Arménia e da Mesopotâmia, e pela implementação de um vasto programa de obras públicas que visava, entre outros objectivos, o melhoramento das condições de saúde. Mandou construir o fórum de Trajano e a Coluna de Trajano etc. Moveu a terceira perseguição contra os cristãos.

  Sucedeu-lhe Adriano, seu sobrinho e protegido.

Coluna de Trajano

  Este famoso monumento de Roma foi uma contribuição do Senado ao Forum de Trajano. Foi construído em 113 d.C. pelo arquitecto Apolodoro de Damasco e o que torna esta Coluna tão especial são os seus relevos que retratam as campanhas de Trajano na Dácia (actual Roménia) que levariam à sua anexação em 106 d.C. A Coluna tem cerca de 30 metros de altura e inicialmente continha uma estátua de Trajano, que viria a ser substituída por outra de São Pedro durante a Renascença.


 
Pormenores da Coluna de Trajano


Fórum

4.2.07

Nerva

  A Domitianus sucedeu-lhe Nerva, proclamado pelo senado. Governou apenas dois anos. Seguiu-se-lhe uma série de imperadores «adoptivos», iniciando a excelente dinastia dos Antoninus.
.


ELEITO PELO SENADO (PROVISÓRIO)
(96 a 98 d.C.)



NERVA
(Marcvs Cocceivs Nerva)
Imperador - 96 a 98 d.C.

Nerva



  Marcus Cocceius Nerva nasceu em 8 de Novembro do ano 30 DC, em Narnia, cerca de50 km de Roma. A família de Nerva era rica, e os seus antepassados ocuparam cargos importantes (o bisavô havia sido cônsul em 36 AC, e o seu avô fora um conselheiro do Imperador Tibério). Só mais uma curiosidade, a mãe de Nerva era bisneta do Imperador Tibério.

  O jovem Nerva seguiu as pisadas do avô e bisavô, ocupando vários cargos imperiais, ganhando assim experiência, já nessa altura se notava o talento de Nerva para a política. Em 65 DC recebe honras especiais de Nero por ter descoberto a conspiração de Piso, para o assassinar, e em 71 DC foi apontado para cônsul pelo Imperador Nero. Em 90 DC é novamente apontado para cônsul desta vez pelo Imperador Domiciano, embora hajam rumores de que Domiciano fora abusado sexualmente por Nerva, na sua juventude, conforme é dito pelo Historiador Seutónio, mas como não há provas, temos de declarar Nerva inocente. Talvez um dia se ache algum documento que absolva ou culpe Nerva.

  Como Claudio, (que fora obrigado a ser imperador pelos pretorianos aquando do assassinato do Imperador Calígula), Nerva era um imperador relutante, alinhando mais com os conspiradores que mataram o paranóico Domiciano, mais para salvar a sua vida, do que por ambição (Domiciano estava sempre a condenar alguém à morte por traição). Assim em 18 de Setembro de 96 DC, toda a sociedade respira de alívio, cansada da tirania de Domiciano, e o Senado proclama Nerva Imperador no próprio dia! Nas ruas de Roma existe um misto de alegria e fúria: alegria pois o tirano Domiciano é morto e fúria pois as suas estátuas são destruídas e a sua rede de espiões desmontada, havendo mesmo espiões que são mortos. No entanto Nerva tem 66 anos, sendo um homem velho, e a esperança média de vida no tempo dos Romanos era mais baixa do que agora, pelo que o Imperador tem tendência a vomitar a comida e a ficar doente frequentemente. Não deixou de ser porém um governante generoso e amigável, com uma enorme popularidade tanto pelo povo Romano, como pelo Senado, pelo que recebe logo no principio do seu reinado o titulo de pater patriae (pai da pátria), que outros imperadores tiveram de esperar anos para receber. No entanto a redescoberta da liberdade pelos Romanos trouxe problemas a Nerva: é que se no reinado de Domiciano ninguém poderia fazer nada, com Nerva podia-se fazer o que se quisesse, pelo que era difícil para o idoso imperador manter a ordem.

  As políticas de Nerva foram feitas para manter elevada a sua popularidade, mas são sem dúvidas boas políticas: mandou restaurar aquedutos, fez um juramento público em que jamais executaria um senador, e mantendo-se fiel à sua palavra, não executou o senador Calpurnius Crassus, que havia conspirado contra ele, e distribuiu terra aos pobres. Para que estas medidas fossem possíveis usou muito da sua riqueza. Se bem que Nerva era popular entre o povo e o Senado, o exército não esquecia Domiciano, que havia dado o primeiro aumento de ordenado, desde Augusto. Aliás a crise entre Nerva e o exército atingiram o auge no Verão de 97 DC. O Imperador cometeu o erro de substituir Secundus e Norbanus, comandantes da Guarda Pretoriana (que haviam tido um papel fundamental no assassinato de Domiciano) por Casperius Aelianus (um apoiante de Domiciano). E assim a Guarda Pretoriana sob as ordens do seu novo líder marchou contra o Imperador, que ficou aprisionado no seu palácio, sendo-lhe exigido que lhes fossem entregues Secundus, Petronius e Parthenius devido ao seu envolvimento na morte de Domiciano. Nerva resistiu com coragem e bravura, chegando até a por o seu pescoço à frente de uma espada de um pretoriano dizendo que a única forma de conseguirem as pessoas que queriam executar era matá-lo. Como é óbvio o pretoriano não matou Nerva, mas estes acabaram por conseguir o que queriam.

  Petronius teve a morte mais misericordiosa, sendo decapitado com um único golpe de espada, mas a Parthenius foram-lhe arrancados os genitais e então decapitado. Como se isso não fosse o suficiente os pretorianos obrigaram Nerva a agradecer-lhes em público por terem feito estas execuções. Apesar desta humilhação, Nerva conservava o poder, mas ele sabia que um imperador que não contasse com o apoio do exército não iria ter um longo reinado. Mais do que tudo, Nerva era um grande político e se ele morresse deixaria o trono vazio. Decidiu portanto adoptar um herdeiro, e para manter a sua posição devia ser um herdeiro popular. Escolheu assim o governador da Germânia, Trajano. O então Governador da Germânia gozava de um enorme respeito pelo Senado e pelo exército. Foi uma jogada de mestre, nunca mais ninguém desafiou Nerva. A adopção deu-se no final de Outubro de 97 DC, no Capitólio.

  Nerva morreu em 28 de Janeiro de 98 DC devido a uma febre, após um breve reino de apenas 16 meses. Como sinal de respeito os seus restos mortais foram colocados no Mausoléu de Augusto, ao lado dos imperadores Julius-Claudianus. Parece até, que os deuses ficaram tristes com a sua morte, pois no dia do seu enterro houve um eclipse do Sol.

18.1.07

As Arenas

Arena de Arles

  As Arenas de Arles e Nimes são os dois exemplares de arenas do mundo romano que chegaram até nós em melhor estado de conservação. A arena de Arles poderá datar da época de Augusto. Aquando da ocupação árabe foi transformada em fortaleza, subsistindo ainda quatro torres.

A de Nimes é uma das que se inspiram no Anfiteatro de Flávio em Roma (Coliseu). É possível estabelecer uma ligação entre os dois edifícios, ambos erigidos durante a segunda metade do século I a.C., pela sua estrutura exterior e pelo aparelho de grandes dimensões.



Anfiteatro de Verona



 Embora já pouco reste da parte superior do anfiteatro de Verona (Itália) ele é considerado o exemplar mais bem preservado do mundo, ainda utilizado em produções operáticas anuais. A sua fachada, em três níveis de galerias, imita a do Coliseu ou Anfiteatro de Flávio em Roma, bem como as combinações de pórticos e escadarias, incluindo-se no período de grandeza que caracteriza a época de Augusto e dos Flávios. Servia de palco para a realização de lutas entre gladiadores (munera) e feras (venationes), entretenimento muito apreciado pelos romanos e que fazia parte integrante da sua cultura.

  Datado de 290 d. C., é um exemplar característico deste tipo de arquitectura romana, de planta circular com o espaço central aberto (arena), onde decorriam as lutas. Está separado da parte reservada ao público (cavea) por um muro alto (podium) que protegia os assistentes de eventuais ataques das feras. Estas eram libertadas do subterrâneo da arena (fossa bestiaria) enquanto os gladiadores e os condenados saíam por portas do podium. Numa fase inicial, este anfiteatro estava preparado para a realização de naumaquias – combate naval simulado, entre os Romanos; como demonstra a profundidade das galerias da arena.