16.6.05

A Batalha de Canas


 Após passar os Pirenéus Orientais (218 a. C.) e os Alpes, de ter perdido cerca de 20.000 homens e a quase totalidade dos seus elefantes, Aníbal prossegue um avanço vitorioso sobre os romanos no Tessino, na Trébia, no Trasimeno e sobretudo em Canas, em 2 de Agosto de 216 a. C.

 Esta batalha travada na zona da foz do Ofanto, na região da Apúlia, em Itália, opôs o exército romano, comandado por Paulo Emílio e Terêncio Varrão, com um total de aproximadamente 80.000 homens, ao dos cartagineses liderados por Aníbal, com cerca de 50.000 combatentes. Os cartagineses alcançam uma vitória significativa, traduzida num terrível desastre para os romanos que contabilizaram cerca de 50.000 vítimas, entre as quais o próprio cônsul Emílio e 80 senadores. Contudo, e apesar de não existir força militar suficiente para defender Roma, o líder cartaginês não avançou para a capital, permitindo, deste modo, a sobrevivência histórica da civilização romana.

Canas
Canas

13.6.05

A Batalha de Trasimeno

 Em 218 a.C., o brilhante jovem general cartaginesa Aníbal atacou por terra através do sul de Espanha, abrindo as hostilidades e iniciando a Segunda Guerra Púnica. Com um exército famoso por incluir um esquadrão de 37 elefantes, marchou através dos Pirinéus e pelos Alpes em direcção a Itália. Os membros das tribos celtas juntavam-se em bandos à medida que ele ia avançando para contribuir para a humilhação de Roma.
 A batalha que opôs as tropas romanas lideradas pelo cônsul Caio Flamínio ao exército cartaginês de Aníbal ocorreu nas margens do lago de Trasimeno, na província da Úmbria italiana, a cerca de 19 km de Perugia, no dia 24 de Abril de 217 a. C., depois de os romanos terem sido já derrotados no Tessino e no rio Trébia. Caio Flamínio achava-se tão certo da vitória que já trazia as correntes para os prisioneiros que pretendia fazer.

 Na noite anterior à batalha, Aníbal instruíra os seus homens, colocados estrategicamente num apertado cerco aos soldados romanos, no sentido de acenderem tochas nos montes de Tuoro, de forma a dar uma localização no terreno muito mais afastada da sua posição real. Quando estes avançam, debaixo de um manto de nevoeiro matinal pelo fundo do vale, Aníbal ordena uma carga total da cavalaria e infantaria, que surpreende completamente o contingente romano. Os legionários não têm tempo para se disporem segundo as técnicas tradicionais de combate cerrado, vendo-se obrigados ao combate directo. Os cartagineses levam-nos a recuar até ao lago, sem qualquer hipótese de fuga, resultando num verdadeiro massacre. Foi grande carnificina e tão feroz o embate que os adversários não perceberam um violento terramoto que no momento abalara a terra e até destruíra montanhas. Quinze mil soldados romanos pereceram, incluindo o próprio cônsul Flamínio, foram aprisionados 6.000 romanos e 10.000 dispersaram-se. Aníbal perdeu apenas 15 mil, na sua maioria gaulesa.




9.6.05

2ª Guerra Púnica

 A segunda guerra púnica, ocorreu entre 218 e 201 a. C. Teve início com o cerco cartaginês a Sagunto e Valência (Espanha), em 219, por Aníbal Barca, filho de uma das grandes famílias de Cartago. Aquela região ibérica situava-se já na órbita de influência de Roma. Depois de perder a Sicília, celeiro do Mediterrâneo antigo, Cartago optou pela Península Ibérica (237-219 a. C.). Neste último ano, Aníbal com um exército de 90.000 guerreiros, 12.000 cavaleiros e 37 elefantes, marchou através dos Pirinéus e dos Alpes saindo vitorioso em Tesino, no rio Trébia, no lago Trasimeno e a mais humilhante de todas, em Cannae (Cannes) em 216 a.C., onde Roma perdeu 45.000 homens, chegando às portas de Roma. Roma ficou ameaçada mas não caiu, e chegou mesmo a passar o teatro das operações para a Península Ibérica. Cartagena foi ocupada pelo general romano Públio Cornélio Cipião, (mais tarde conhecido por Cipião, o Africano), que destruiu as tropas cartaginesas entre 211 e 206 a. C. Com o avanço dos Romanos sobre Cartago, Aníbal, em Itália, foi forçado a acudir à sua cidade natal, mas foi derrotado em Zama, a poucos quilómetros de Cartago, no ano de 202. Graças ao apoio de Massinisa, rei dos Numidias, os romanos voltaram a vencer e Cartago aceitou uma paz humilhante, a qual renunciava a acções militares fora de África sem autorização de Roma, cedendo também a Hispânia (Península Ibérica), que se tornou província romana, para além de ter que pagar um tributo anual. Procurado pelos Romanos para ser preso, Aníbal fugiu para oriente e suicidou-se (183 a. C.).

 
                Os elefantes de Aníbal                                     Batalha de Zama


7.6.05

1ª Guerra Púnica

 A Primeira Guerra Púnica (da palavra latina Punicus, «Fenício») travou-se entre 264 e 241 a.C. Foi originado pela ocupação da Sicília, aliada de Roma, pelos Cartagineses, que eram apoiados por algumas pólis da Magna Grécia. Foram parcialmente derrotados em Mila, em 260. Porém, permaneceram tropas de Cartago no oeste da ilha. Em 256, Roma atacou Cartago, sem êxito. Os combates continuaram na Sicília, sucessivamente, o equilíbrio pendeu para um e outro lado durante 20 anos. Finalmente, em 241, as forças romanas expulsaram os cartagineses das suas possessões na Sicília. Os Romanos embora sempre inferiores na estratégia e na luta no mar e tal como contra Pirro foi a sua persistência e o potencial humano que levaram Roma até ao fim. Com a pressão de Roma e os problemas no seio do exército cartaginês, maioritariamente formado por mercenários estrangeiros que por vezes se revoltavam (o ponto fraco da sua estrutura militar), Cartago retirou-se igualmente da Sardenha e da Córsega.




 Legionários romanos nos seus barcos numa cena da coluna de Trajano


6.6.05

As Guerras Púnicas

 Roma, ao tornar-se senhora das antigas colónias gregas e devido ao seu expansionismo entre em rota de colisão com Cartago, antiga colónia fenícia situada na actual Tunísia, que tinha alcançado uma proeminente independência. Os comerciantes fenícios dos portos de Sídon e Tiro (hoje o norte do Líbano), cerca de 800 a.C., fundaram a colónia de Cartago que devido à situação geográfica, controlava o comércio no Mediterrâneo numa grande parte do sul da península Ibérica e os seus contactos comerciais estendiam-se ainda à Europa céltica, pela costa atlântica de África para sul, e para norte até à Cornualha. Por terra o seu domínio abrangia as ilhas de Córsega, Sardenha e Sicília, assim como a costa norte até ao Egipto. Governada por dois magistrados «sufetas», confiava todo o poder ao Conselho dos Cem.

 Roma interessada no controle da Sicília, grande produtora de trigo; nas terras da península Ibérica, produtora de prata e tentando ocupar as zonas de interesse económico que estava nas mãos dos cartagineses dá origem às três guerras púnicas com Cartago.
 Chamam-se púnicas pelo facto dos habitantes serem de descendência fenícia, em latim punicus, do grego phoenices.

 Em 264 a.C., os Gregos da Sicília envolveram-se numa disputa com os seus governantes cartagineses, facto aproveitado pelos romanos para fazer estragos para além da península italiana.

 Para o combate naval os romanos, mal preparados, tendo encontrado uma galé cartaginesa encalhada, conseguiram pô-la a navegar e construíram 100 cópias no espaço de 60 dias. O desbaste florestal nos vales dos Apeninos para construção dos barcos durante as Guerras Púnicas foi tão grande que originaram grandes desabamentos de terra e, muitos séculos depois, sedimentações fatais no porto de Óstia. Todos os seus barcos estavam equipados com um dispositivo inventados por eles, o corvus ou «corvo» - uma prancha articulada que podia ser movimentada até se encaixar no convés do barco inimigo e assim permitirem aos legionários a atravessarem para efectuar lutas corpo-a-corpo, sistema de guerra a que estavam habituados.




3.6.05

Via Ápia

  Quando o censor Ápio Cláudio iniciou a construção da Via Ápia em 312 a. C., estava a inaugurar o que se tornou uma das realizações mais distintivas e decisivas de Roma. Dirigindo-se para Sul e Leste em direcção ao centro do Sul da Itália, e depois até à costa frente à Sicília e do Norte de África, esta grande via abriu o caminho às cruciais conquistas das décadas seguintes. Por toda a parte onde entrou em campanha, o exército romano deixou atrás de si um espantoso sistema de estradas. Às grandes obras de engenharia foram erigidas para durar, e portanto muitas delas forneceram as fundações para posteriores estradas e caminhos-de-ferro. As estradas constituíam o sistema nervoso central da administração romana, e como tal eram sempre e acima de tudo um bem militar. Permitindo o movimento de homens e material com facilidade e rapidez, facilitando as manobras militares onde quer que fossem precisas – se necessário, mudando as forças de uma frente para outra num curto espaço de tempo. As mensagens podiam ser transmitidas através destas estradas por correios a cavalo a uma média de 160 quilómetros por dia, enquanto as tropas a pé podiam percorrer 50 quilómetros ou mais em etapas de cinco horas.

  Foram construídos muitos milhares de quilómetros de estradas: quanto mais não seja, representam uma realização maior e mais significativa do que qualquer palácio ou edifício público romano. Mas mais do que isso, contudo, o terrível aspecto recto da estrada romana, o seu desdém pelas tradições locais de propriedade e a sua aparente despreocupação pelas paisagens que cruzam tornam-na simultaneamente um símbolo e uma manifestação de confiança e da voracidade dos Romanos pela conquista.