3.6.05

Via Ápia

  Quando o censor Ápio Cláudio iniciou a construção da Via Ápia em 312 a. C., estava a inaugurar o que se tornou uma das realizações mais distintivas e decisivas de Roma. Dirigindo-se para Sul e Leste em direcção ao centro do Sul da Itália, e depois até à costa frente à Sicília e do Norte de África, esta grande via abriu o caminho às cruciais conquistas das décadas seguintes. Por toda a parte onde entrou em campanha, o exército romano deixou atrás de si um espantoso sistema de estradas. Às grandes obras de engenharia foram erigidas para durar, e portanto muitas delas forneceram as fundações para posteriores estradas e caminhos-de-ferro. As estradas constituíam o sistema nervoso central da administração romana, e como tal eram sempre e acima de tudo um bem militar. Permitindo o movimento de homens e material com facilidade e rapidez, facilitando as manobras militares onde quer que fossem precisas – se necessário, mudando as forças de uma frente para outra num curto espaço de tempo. As mensagens podiam ser transmitidas através destas estradas por correios a cavalo a uma média de 160 quilómetros por dia, enquanto as tropas a pé podiam percorrer 50 quilómetros ou mais em etapas de cinco horas.

  Foram construídos muitos milhares de quilómetros de estradas: quanto mais não seja, representam uma realização maior e mais significativa do que qualquer palácio ou edifício público romano. Mas mais do que isso, contudo, o terrível aspecto recto da estrada romana, o seu desdém pelas tradições locais de propriedade e a sua aparente despreocupação pelas paisagens que cruzam tornam-na simultaneamente um símbolo e uma manifestação de confiança e da voracidade dos Romanos pela conquista.

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