11.1.08

Marcus Aurelius

MARCUS AURELIUS
(Marcvs Aelivs Avrelivs Vervs)
Imperador - 161 a 180 d.C.

Marco Aurélio



  Chamado também Marco António, nasceu em Roma a 28 de Abril de 121. Filho de Annio Vero e Domicia Cavilla, cuja família remonta a Numa. À morte de seu pai, Adriano lhe dá o nome de Annio Veríssimo, e quando veste a toga viril aos quinze anos, Annio Vero. Este imperador, quando adopta Antonino pouco antes de morrer, faz com a condição de que Antonino adopte o nome de Marco Aurélio. Em consequência da adopção o jovem Annio Vero passa a formar parte da família Aurélia, a de Antonino e muda o nome para Aurélio. Antonino oferece a mão de sua filha Faustina quando ele era ainda muito jovem, casará com ela mais tarde, o designa cônsul em 139 e concede-lhe o titulo de César, mais tarde por proposta do Senado, ingressa no colégio de pontífices, o que é confirmado pelas moedas em que aparece com os atributos pontifícios e a legenda PIETAS AVG, com data do seu primeiro consulado. Tendo todas estas honras, Marco Aurélio seguiu levando a vida simples de sempre e prosseguiu com os estudos. Estudou literatura grega e latina, Retórica, Direito, Pintura e Filosofia. Filiado na escola dos filósofos «estóicos» retratou-se no seu livro «Pensamentos». No ano 146 é elevado ao título de Tribuno.



  Quando desaparece Antonino, em 161, Marco Aurélio designa Ceonio Cómodo seu irmão adoptivo para compartilhar o poder, dando-lhe o nome de Lúcio Aurélio Vero Cómodo. É um acontecimento que serve para dar amplas retribuições a soldados e oficiais. A concórdia existente entre ambos imperadores fica patente em numerosas moedas.

  Ao chegar Marco Aurélio ao poder, o rei dos Partos, Vologeses, declara guerra a Roma. Vero marcha para a Síria para combatê-lo e Marco Aurélio permanece na capital. Os romanos apoderam-se de várias cidades e penetram na Armenia e no país de Medea. Em 165, os Partos pedem a paz e cedem aos romanos a Adiabena e Mesopotâmia. Vero regressa a Roma no ano seguinte e os imperadores que já gozavam o título de "Arménio" por terem vencido Artejia, juntam os de "Médio", "Pártico" e "Muito Grande".Em 167, toda a classe de calamidades assola o império, fome, peste, guerra iminente com os Britanios, invasão dos Catios na Germania e Recia, mas com vigilância e constante firmeza Marco Aurélio resolve estes males e faz distribuições ao povo para o ajudar a suportar os rigores da fome.

  Segundo historiadores chineses, nesse mesmo ano mandou o imperador da China dois mensageiros com o objectivo de comerciar a seda. No ano 169, estala a guerra com os Marcomanios, conflito que inspira um tal terror que o imperador mandou vir sacerdotes de toda a Itália para celebrar um "Lectisternium" de sete dias. Ambos os imperadores partiram a comandar os exércitos romanos, mas Lúcio Vero morreu de doença no carro em que ia sentado com seu irmão. Marco Aurélio terminou a guerra com uma estrondosa vitória, jamais acontecida com o exército romano. Segundo conta Capitolin, derrotou o inimigo junto ao rio Danúbio em 172, façanha que aparece nas moedas. A Germania foi submetida no ano seguinte.

  Correu o rumor que Marco Aurélio tinha morrido na batalha, Avido Casio, governador da Síria toma o título de imperador do Oriente no ano 175. Perante tal situação, Marco Aurélio adiantou a entrega da toga viril a seu filho Cómodo e marchou contra o rebelde, que já tinha morrido. Percorreu o Egipto e Síria, perdoou aos habitantes de Antioquia terem-se unido ao partido de Casio, visitou Atenas e em 23 de Dezembro de 176, junto com Cómodo venceu os Sármatos. No ano seguinte contrai núpcias com Crispina e faz novas doações ao povo. No ano 179, vence pela segunda vez os Marcomanios, assim como a Hermundurios, Quades e Sármatas que se tinham coligado contra ele.

  Marco Aurélio, chamado também o Filósofo, é considerado por numerosos historiadores como o melhor imperador romano. Foi considerado o mais «sábio dos imperadores e o mais virtuoso dos filósofos». Na verdade, é muito difícil escolher entre ele e Antonino. Três vezes cônsul e oito generais (imperator), teve os títulos de "Germánico" em 172, "Sarmático" em 175. De Faustina teve (sem contar vários filhos mortos de tenra idade) Lucilia, Cómodo e Antonino (o gémeo morto aos quatro anos), Sabina, Domicia, Faustina e Antonio Vero. A justiça e a caridade foram o lema da sua vida mas isso não evitou de mover a quarta perseguição contra os cristãos.

  Faleceu em Vindobona (actual Viena). antiga região de Europa Central, sobre o Danúbio médio, conquistada pelos Romanos entre 35 a.C. e 9 d.C.

  Sucedeu-lhe o filho, Lúcio Aélio Aurélio Cómodo.

  Esta é a inscrição encontrada sobre uma sepultura em Viena (Vindobona).

T. CALIDIVS
PCAM SEVER
EQITVMOPEIO
DICVRCOLIALPINI
ITEM LEGXV APOLL
ANNORVUM XXXII
Q.CALIDIVS FRATRI
POSVIT


7.12.07

Lucius Verus

LUCIUS VERUS
(Lvcivs Ceionivs Commodvs)
co-Imperador c/ Marcus Aurelius– 161 a 169 d.C.

Lúcio Vero



  Filho de Lucius Aelius Caesar, Lucius Ceionius Commodus nasceu em Roma no ano 130 d.C. Quando Hadrianus adoptou Antoninus Pius como seu sucessor, este, por sua vez, adoptou Lucius como um dos seus sucessores em virtude do compromisso assumido com o seu antecessor: o imperador Hadrianus anunciou em 136 como sucessor Lucius Commudus, porém com a morte deste, Hadrianus escolheu Antoninus para lhe suceder com o compromisso de adoptar como filhos dois jovens: Lucius Verus, filho de Commudus, e Marcus Annius Verus que o imperador chamava de Veríssimo. Lucius, que passou a chamar-se Lucius Aurelius Verus, ficou noivo de Faustina II, filha de Antoninus Pius, mas o noivado foi desfeito logo após a morte de Hadrianus. Durante o reinado de Antoninus Pius, Lucius partilhou a educação dada a Marcus Aurelius (aparece também como escritor e destinatário nas cartas de Frontão), embora aparentemente ocupasse um lugar secundário. Tomou parte, com Marcus Aurelius, nos conselhos do imperador.

  Diz-se que gozava os prazeres da vida e gostava muito de desportos, principalmente dos espectáculos de gladiadores. Tornou-se cônsul pela primeira vez em 154, e pela segunda (com Marcus Aurelius) em 161. Quando Antoninus Pius morreu (7 de Março de 161), Lucius tornou-se co-imperador junto com Marcus Aurelius, por insistência deste, embora fosse dez anos mais moço, tendo o Senado concedido a Lucius Verus o poder tribunício, o imperium proconsular e o título de augustus, elevando-o ao mesmo nível do irmão. Ficou noivo da segunda filha de Marcus Aurelius, Lucilla, com quem se casou por volta de 164.

  Na primavera de 162, Lucius foi para o Oriente para enfrentar a ameaça dos partos, e lá ficou até eliminá-la, com as vitórias de 165-166. Voltou para Roma em 166 e partiu para o norte, com Marcus Aurelius, em 168, passando o Inverno em Aquiléia. No início de 169, quando se dirigia para a fronteira do norte, morreu de ataque cardíaco perto de Altino.



Denário com o busto de Lucille

27.10.07

Antonino Pio

ANTONINUS PIUS
(Titvs Avrelivs Fulvius Boionivs Antoninvs)
Imperador - 138 a 161 d.C.

Antonino Pio



  Imperador romano de 138 a 161, de nome completo Titus Aurelius Fulvus Boionius Antoninus, nascido em Lanúvio em 86 e falecido em 161, provinha do seio da burguesia tradicional do Lácio.

  Pio mereceu este título pelo seu respeito para com todos, homens e deuses. Foi também chamado de «Imperador perfeito» pela sua doçura, serenidade e no desprezo pela vã glória. Amigo do seu amigo, aceitava de bom grado um bom conselho.

  Após a sua nomeação como cônsul, é enviado pelo imperador Adriano para a zona asiática com a sua autoridade reforçada com o título de procônsul. Aqui granjeou o respeito e a estima de muitos dos seus compatriotas. Das obras que empreendeu durante a sua vigência, destaca-se a muralha defensiva que edificou na Escócia em 143, entre o firth de Forth e o de Clyde e que permitiu a defesa do território aquando dos avanços das tribos nórdicas.

Adriano adopta-o como seu protegido em 138, subindo ao trono imperial no mesmo ano. Marca, conjuntamente com os seus antecessores Trajano e Adriano e com o seu sucessor Marco Aurélio, a chamada Idade de Ouro do Império Romano, dando inclusive o seu nome como qualificativo dinástico ao grupo de sete imperadores romanos que governam entre 96 e 192.


Retrato de Faustina, a Jovem, filha de Antonino Pio e esposa de Marco Aurélio


Muralha de Antonino



  Com o intuito de proteger a Bretanha romanizada das tribos bárbaras da Escócia, Antonino ordena a construção de uma muralha cerca de 50 km a norte da de Adriano. Com 59 km de extensão e feita entre Bo'ness (a Leste) e Old Kilpatrick (a Oeste) a Muralha de Antonino assinala o momento em que os Romanos ocuparam a máxima extensão da Bretanha.

  Demorou 2 anos a ser construída (140d.C.-142d.C.) e conseguiu reter os povos bárbaros durante 39 anos. Em 181 os povos do Norte empurraram novamente os Romanos para a Muralha de Adriano. No final do século II, a ideia de reconquistar o território entre as 2 muralhas já havia sido abandonado.

27.9.07

Miróbriga

  Marius70 olha extasiado a ruínas romanas que se estendem sobre o seu olhar. Está em Miróbriga.

  Muito próxima da vila de Santiago do Cacém, Miróbriga (topónimo de origem celta), foi inicialmente, na zona do Castelo Velho, povoada por uma população de origem céltica por volta do século IV a. C.. Fabricava louça modelada à mão e decorada por cordões.

  Miróbriga foi fortificado e urbanizado, acentuando o seu desenvolvimento nos séculos II e I a.C..

  A Romanização veio alargar o povoado indo da zona escavada até à Aldeia do Chãos. Foi elevada à categoria de civitas (cidade), teria possuído magistri e município a partir do século I d.C. conforme análises das inscrições encontradas.

  De Miróbriga como topónimo foi encontrada esta inscrição numa lápide descoberta perto das ruínas (Santa Cruz):

  «Consagrado aos deuses Manes, Gaio Pórcio Severo, mirobrigense céltico, faleceu aos sessenta anos de idade. Aqui jaz e que a terra lhe seja leve».

  Três inscrições, duas dedicadas a Vénus e uma a Esculápio, foi considerado a interpretar como templos duas construções situadas no Castelo Velho.

  Para servir a população local ou os peregrinos que afluíam ao santuário, Miróbriga dispunha de termas, compostas por dois edifícios construídos em períodos diferentes com utilização de mármores e decoração de frescos, possivelmente destinados ao uso feminino e masculino.

  Entre os séculos I e II d. C., surgem os compartimentos habituais neste tipo de edificação, ou seja, uma zona de entrada, com salas de vestiário e jogos, e uma zona de banhos frios - frigidarium, de banhos aquecidos - caldarium e tepidarium e o laconium (sala destinada a provocar a transpiração). Duas latrinas sobre a corrente de água que se iria juntarem à do esgoto das termas demonstra bem a qualidade de vida que o Império Romano trazia aos povos e países conquistados.

  As termas situam-se junto a uma ribeira, no sopé da colina do santuário.



  Marius percorreu todo aquele percurso por uma estupenda calçada romana. Viu aquelas termas e imaginou o tempo em que homens mulheres e crianças ali se banhavam, riam, jogavam e desfrutavam de mente sã em corpo são que o obscurantismo da Idade Média tudo fez para apagar.

  Na zona mais elevada de Miróbriga, foi erigido o forum, no centro do qual é visível um templo eventualmente dedicado ao culto imperial, assim como um outro consagrado a Vénus.



  Circundando o forum desenvolve-se toda uma zona constituída por diversas construções de funcionalidade ainda mal conhecida, assemelhando-se, todavia, a duas das edificações mais comuns nos fora provinciais, ou seja, à cúria e à basílica.

  A Sul, por sua vez, desenvolvia-se a área comercial, por excelência, caracterizada pela presença de diversas lojas, as tabernae.

  Miróbriga contava com um circo que comportaria cerca de 25 000 espectadores. Este circo é o único conhecido em Portugal.

  No Museu da Estação Arqueológica de Miróbriga podemos ver um espólio que nos fará pensar que afinal tudo aquilo que hoje utilizamos na vida doméstica diária, desde os botões, às agulhas, às cânforas etc., já os romanos se serviam disso. Como me disse o empregado do IPPAR, os romanos só não tinham era computadores.

Fontes consultadas: «Uma importante estação arqueológica-Miróbriga» À Descoberta de Portugal das Selecções do Reader’s Digest e «Estação Arqueológica de Miróbriga do IPPAR».



31.7.07

Lucius Aelius

LUCIUS AELIUS
(Lvcivs Cionivs Commodvs Aelivs Caesar)
Caesar – 136 a 137 d.C..



  Descendente de ilustre família senatorial que começou a atingir preponderância no reinado de Vespasianus, Lucius Cionius Commodus era filho de cônsul. No ano de seu próprio consulado, foi adoptado por Hadrianus como seu filho e sucessor (ao mesmo tempo, sua filha Fabia ficou noiva do jovem Marcus Aurelius). Adoptou o nome de Lucius Aelius Caesar, foi designado cônsul para o ano 137d.C. e recebeu o privilégio do poder tribunício. Foi então enviado ao Danúbio com responsabilidade militares, de forma a prepará-lo para o poder imperial que deveria assumir. Voltou a Roma no Inverno de 137, ficou doente na véspera do ano novo e morreu em Janeiro de 138, talvez de tuberculose.

  Devido à morte de Lucius, Hadrianus adopta como seu protegido Titus Aurelius Hadrianus Antoninus (Pius) em 138, subindo este ao trono imperial no mesmo ano.

  O filho de Lucius Aelius, Lucius Verus, foi adoptado por Antoninus devido a compromisso assumido por este ao imperador Hadrianus.



6.7.07

Panteão, Roma

  Tal como o nome o sugere, o Panteão de Roma foi dedicado a todos os deuses, ou, mais especificamente, às divindades planetárias que, em número de sete, justificam os nichos com altares existentes no interior da cella.

  O edifício que actualmente se observa no Campo de Marte foi mandado erguer entre 118 e 128 pelo imperador Adriano que, segundo alguns autores, terá participado activamente na sua concepção. Substitui uma construção mais pequena, consagrada a Júpiter, construída por Marcus Agrippa em 27 a. C. que sofrera um devastador incêndio.

  Exteriormente, este edifício é formado por um tambor cilíndrico liso de quarenta e quatro metros de diâmetro, sem decoração, que contém a cella do templo, coroada por uma cúpula de curvatura suave, rematada interiormente por uma série de degraus concêntricos. A entrada no templo é marcada por um profundo pórtico, solução tradicional para os templos romanos de planta rectangular. Originalmente este pronaus apresentava um envasamento alto ao qual se subia por largos degraus, no entanto, a subida do nível da praça soterrou este elemento arquitectónico. Para além de constituir um átrio que resolve a transição entre exterior e interior, este pórtico de três naves e oito colunas responde a uma vontade genuinamente romana de criação de uma fachada monumental.

  No entablamento desta fachada, coroada por um amplo frontão, Adriano mandou colocar uma inscrição de Agripa, aproveitada dos restos do edifício anterior.

  A parede do templo é articulada por oito nichos profundos, alternando a forma rectangular com a semicircular, cada um deles fechado por três colunas. Sobre este nível e separado por uma cornija ergue-se o tambor de suporte da cúpula, ritmado por aberturas rectangulares.

  A cúpula tinha um sentido eminentemente simbólico, representando a abóbada celeste. Na sua feitura foi utilizado o cimento romano (cuja receita exacta se perdeu até aos nossos dias).

  O revestimento das paredes e do pavimento em mármore colorido conservam-se tal como foram definidos pelos romanos. Também originais são os caixotões da cúpula, embora tenha desaparecido a camada dourada que a recobria.

  Nos inícios do século VII (em 609), o edifício foi consagrado como igreja, nesta altura os grandes nichos laterais foram redecorados, recebendo imagens cristãs.