Sérvio Túlio (578-534 a.C.) era filho de um nobre de Corniculum e de uma dama de Lacio que grávida foi feita prisioneira e entregue a Tanaquil, esposa de Tarquinio, o antigo. Sérvio Túlio nasceu no Palácio e foi educado como um príncipe. Casou com a filha de Tarquinio e após a morte deste, Sérvio foi eleito rei graças a aprovação senatorial.
Sérvio Túlio, o segundo rei etrusco, é tido como o realizador de diversas reformas que favoreceram os plebeus. Criou várias gentes (gens), promovendo famílias plebeias à condição de nobres, organizou assembleias militares, os comícios centuriatos, e estimulou o comércio e o artesanato visando fortalecer economicamente os plebeus. Essas medidas, que a tradição atribuiu a Sérvio Túlio, ficaram conhecidas como reformas servianas. O objectivo do rei, entretanto, não era propriamente beneficiar os plebeus, mas fortalecer o poder monárquico. A criação de uma classe plebeia vigorosa tinha por fim a neutralização do poder dos patrícios, ou seja, algo semelhante ao pretendido pelos tiranos, como Pisístrato, na Grécia. Mas em Roma essa política não teve o mesmo efeito.
Reorganizou o exército, tomando como base o património económico de cada cidadão, fazendo uma divisão dos cidadãos em 5 classes. A reforma consistiu em dar entrada no exército a todos os proprietários, quer fosse patrícios ou plebeus. Para facilitar o recrutamento dividiu a cidade em quatro tribos e os homens em duas categorias: juniores (de 15 a 45 anos), empregues no serviço activo e seniores (de 45 a 60 anos) que formavam o exército de reserva. A legião foi a unidade táctica militar e nela se distinguiam: a infantaria pesada, a infantaria ligeira e a cavalaria. A legião dividia-se em centúrias, composta por 4.200 soldados de infantaria (juntou aos 3.000 da época anterior 1.200 soldados, os velites), distribuídos em 60 centúrias com 60 ou 30 homens cada uma e 300 de cavalaria. Agregou mais duas centúrias de operários (fabri) com a missão de transportar as
Sérvio Túlio, o segundo rei etrusco, é tido como o realizador de diversas reformas que favoreceram os plebeus. Criou várias gentes (gens), promovendo famílias plebeias à condição de nobres, organizou assembleias militares, os comícios centuriatos, e estimulou o comércio e o artesanato visando fortalecer economicamente os plebeus. Essas medidas, que a tradição atribuiu a Sérvio Túlio, ficaram conhecidas como reformas servianas. O objectivo do rei, entretanto, não era propriamente beneficiar os plebeus, mas fortalecer o poder monárquico. A criação de uma classe plebeia vigorosa tinha por fim a neutralização do poder dos patrícios, ou seja, algo semelhante ao pretendido pelos tiranos, como Pisístrato, na Grécia. Mas em Roma essa política não teve o mesmo efeito.
Reorganizou o exército, tomando como base o património económico de cada cidadão, fazendo uma divisão dos cidadãos em 5 classes. A reforma consistiu em dar entrada no exército a todos os proprietários, quer fosse patrícios ou plebeus. Para facilitar o recrutamento dividiu a cidade em quatro tribos e os homens em duas categorias: juniores (de 15 a 45 anos), empregues no serviço activo e seniores (de 45 a 60 anos) que formavam o exército de reserva. A legião foi a unidade táctica militar e nela se distinguiam: a infantaria pesada, a infantaria ligeira e a cavalaria. A legião dividia-se em centúrias, composta por 4.200 soldados de infantaria (juntou aos 3.000 da época anterior 1.200 soldados, os velites), distribuídos em 60 centúrias com 60 ou 30 homens cada uma e 300 de cavalaria. Agregou mais duas centúrias de operários (fabri) com a missão de transportar as
máquinas de guerra e três centúrias de corneteiros e trompeteiros (cornicines tubicines).Sérvio rodeou com uma muralha as sete colinas que constituíam a cidade, ficando no seu centro o Foro Romano.
Ruínas do Fórum Romano

Tarquinio, o antigo (Prisco), etrusco, oriundo de Tarquinia sucedeu a Anco Márcio. Rico graças às suas actividades comerciais, chamava-se Lucumón quando se instalou em Roma ganhando a confiança da elite romana. Continuou a guerra contra as tribos vizinhas atribuindo-se a ele a conquista de toda a Lacio, secou os terrenos pantanosos da cidade, construindo neles o Foro Romano, deu aos romanos a arte da adivinhação e construiu o templo de Júpiter Capitolino. Instituiu os jogos públicos construindo para o efeito o Circo Máximo, um hipódromo em forma de U, em que cerca 250.000 pessoas iam assistir a corridas de cavalos e de carros – que tinham a sua origem nos rituais oferecidos a Ceres, deusa dos cereais. As emoções destas perigosas competições só foram ultrapassadas, mais tarde, pelas sangrentas batalhas no Coliseu. Mandou construir a Cloaca Máxima, o «grande esgoto», sendo considerado o momento mais importante da civilização romana, que não era mais do que a junção dos canais existentes num simples esgoto, que não só ajudou a aproveitar e desenvolver o Vale do Tibre, como criou também um esgoto central que transportava os desperdícios, demonstrando uma preocupação pela higiene sem paralelo até aos nossos dias. Morreu assassinado pelos filhos de Anco Márcio tendo-lhe sucedido Sérvio Túlio.
Anco Márcio (640-616 a.C.) de origem sabina era sobrinho de Numa Pompílio. Voluntarioso e empreendedor, ampliou os limites de Roma até o mar Tirreno onde fundou o porto de Óstia (640 a.C.) . Levantou a prisão Mamertina, para delinquentes públicos, construiu a Ponte Sublícia sobre o Tiber e o aqueduto de Aqua Márcia. Auxiliado pelos etruscos lutou contra diversos povos a quem derrotou, aumentando com eles a população de Roma a quem lhes deu o direito de cidadania. Desde então passa Roma a ser a cidade das sete colinas com a incorporação dos montes Aventino, Capitolino, Celio, Esquilino, Palatino, Quirinal e Viminal. Assim Roma chegava ao mar.

Depois da morte de Rómulo, sucedeu-lhe Numa Pompílio, que governou 43 anos, de 715 a 672 a.C. De origem Sabina, cidade de Cures, Numa Pompílio foi considerado um homem muito piedoso e justo. Foi durante o seu reinado que se criaram as principais instituições religiosas inspirado pela ninfa Egéria e introduz o calendário de doze meses.
A lenda de Rómulo e Remo é a lenda fundadora de Roma. Quando a sua mãe, uma princesa latina, foi assassinada por um tio malvado, os bebés gémeos, Rómulo e Remo, foram lançados ao Tibre. Salvos por uma loba, que os amamentou e os tratou como se fossem seus filhos, incutiu neles ferocidade e sentido de lealdade. Quando chegaram à idade adulta, resolveram fundar conjuntamente uma cidade, mas acabaram por se defrontar e inclusivamente travaram uma luta de morte. Rómulo, o vencedor fundou a cidade que ficou com o seu nome. A lenda fornece inclusivamente datas precisas: Roma foi fundada, sem margem para dúvidas, em 753 a. C., Rómulo foi o primeiro Rei e foi venerado como uma divindade protectora de Roma.

Assassino de seu irmão, mas ambicioso em seus projectos, Romulus começou a povoar a cidade com pastores, bandidos, escravos fugitivos e aventureiros. Como não havia mulheres, Romulus fez anunciar uma grande festa com jogos extraordinários. Os sabinos dirigiram-se para lá com suas mulheres e filhos. Durante a festa, os companheiros de Romulus raptaram as sabinas. Depois de muita luta, as sabinas concordaram em viver em paz com os romanos. Titus Tacius, rei dos sabinos, dividiu o trono com Romulus. Após a morte de Tacius, Romulus reinou sozinho até sua misteriosa desaparição numa tormenta tendo sido divinizado com o nome de Quirino.
A Itália, banhada a oriente pelo mar Adriático, e pelo mar Tirreno a ocidente, descia dos Alpes até ao estreito da Sicília, que a separava do norte de África, na parte central do sul europeu. Os montes Apeninos dividem-na em duas partes de características diferentes: a oriental mais montanhosa e irregular, desce abruptamente sobre o Adriático, enquanto a parte ocidental suaviza os seus contrafortes em húmidas e férteis planícies, tornando a costa do mar Tirreno mais hospitaleira. A riqueza dos solos prendeu-os à terra e atraiu a presença de povos colonizadores.
A civilização da Roma antiga influenciou o nosso mundo ocidental. Do século VI a. C. ao século V d.C., o Império Romano no seu auge, dominou e manteve unificado, desde a Escócia ao Egipto, e de Marrocos ao Mar Cáspio. Nunca outra civilização se fez perdurar tanto nos hábitos e costumes, como na grandiosidade do seu legado que ainda hoje permanece quase perene. As suas construções militares como a Muralha de Adriano, as extensas estradas, como a Via Ápia, os anfiteatros, as habitações com aquecimento central, balneários, as leis, influenciaram a nossa forma de vida civilizada.