13.3.06

A Mulher e a Depilação


 Os pêlos, na maioria dos casos, não são atraentes para os homens e as mulheres sabem que uma pele limpa e macia pode ser o suficiente para conquistar as atenções.

 Um problema de todos os dias e de todas as mulheres, que já vem do tempo da antiga Grécia. Em 2000 a.C., as mulheres gregas arrancavam os pêlos com as mãos, ou queimavam-nos com cinzas quentes sobre a pele.

 A dor era tanta que as sacerdotisas dos templos de Creta ingeriam uma bebida forte, que entorpecia o corpo. Uma espécie de anestesia que evitava assim o sofrimento.

 O primeiro instrumento usado na depilação data do tempo da Grécia antiga e chamava-se Estrigil, instrumento adoptado pelas mulheres romanas, que consistia numa varinha de 16 a 30 centímetros de comprimento com a ponta curva.

 As mulheres passavam no corpo uma pasta à base de vegetais, cinzas e a argila, raspando posteriormente a pele com o Estrigil.

 Ao longo dos anos, os pêlos foram sempre considerados algo de supérfluo. E até de repugnante e maléfico, no caso das mulheres muçulmanas, que tinham como hábito rapar o corpo todo.

 Elas usavam um xarope espesso, composto de açúcar e sumo de limão, que, diziam, ajudava a extrair os pêlos.

 Os egípcios foram, por seu turno, os primeiros a utilizar o extracto de sândalo, a argila e a cera de abelhas, ingredientes que dariam origem à depilação com cera tão em voga entre nós.

 É no século XX, porém, que a depilação se torna uma questão de higiene, bom gosto e elegância.

 Nos anos 20 e 30, a depilação era apenas feita nas pernas, enquanto a zona púbica não era delineada, nem tão pouco as axilas.

 No início da segunda metade do século, a depilação das axilas é a grande conquista, generalizando-se a prática da depilação. Apenas as mulheres naturistas mantém tudo... ao natural.

 Finalmente, nas duas últimas décadas, a adesão passa a ser total, sendo a depilação feita nas pernas, axilas, braços e, por vezes, na região púbica.

2 comentários:

Anónimo disse...

Ora aqui está algo que a minha mulher me tinha perguntado no outro dia e sugerido um artigo no blog: os artifícios de beleza do belo sexo. Essa da arrancarem os pêlos com as mão.... até a mim, que nunca fiz semelhantes coisas, me arrepia... Enviado por Mauro em março 15, 2006 10:46 PM

Rôda-se, o quadro é giro e o tema interessante mas lêr o texto doeu-me p`ro caraças...nada como os pelos das castoras: grossos, compridos e sedosos!!! Enviado por Castor em março 20, 2006 01:45 AM

MARIUS70, mais uma bela lição de história que aqui vim encontrar. É, curioso que ao longo dos séculos as pessoas sempre tiveram a preocupação de cuidar da beleza. Pelo que aqui vejo, as coisas evoluíram até ao nossos dias de tal forma que no nosso século XXI já existem homens que também aderiram a essa prática. Embora não seja o meu caso, porque essa de pelos é como veio fica. Um abraço. Enviado por soslayo em março 21, 2006 07:54 PM

Ter consciência de que a depilação começou com o objetivo de a mulher chamar a atenção dos homens me deixa assustada... E esse sacrifício ter se tornado uma obrigação estética me deixa muito irritada. Mas, irritada comigo mesma que sigo o rebanho... É uma estética tão dominadora que não consigo me ver com as pernas e axilas cabeludas. E dizer que é questão de higiene?? Então homem não é higiênico?? Concordo que facilita a higienização. Pena que a moda dos anos 70 de deixar os pelos ao natural não pegou... Aí, nós mulheres não demoraríamos tanto pra nos arrumar pra sair. Enviado por Martha em março 26, 2006 06:33 AM

_ricards_ disse...

Quando trabalhei no museu do Rabaçal, disse-me um visitante que lera que algumas mulheres também faziam tranças e punham lacinhos a segurá-las. Imagino, portanto, que fizessem risco ao meio e então fariam uma trança de cada lado.